Todo jovem profissional deveria se perguntar: quo vadis?

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A vida precisa de um sentido. Há risco enorme em não se fazer perguntas importantes que nos ajudem a direcionar o caminho. A expressão quo vadis aparece na Bíblia, quando Jesus Cristo diz: “Agora que vou para aquele que me enviou, nenhum de vocês me pergunta: para onde vais?”

É interessante começar a reflexão a partir deste exemplo. Jesus sofreu todo o martírio e se entrega para que o seu destino seja cumprido. Os seus seguidores choram e se apavoram. Pedro o nega por três vezes. Tudo parece perdido.

Os companheiros estão preocupados se ele vai ou não ser crucificado e se podem fazer algo a respeito. Alguns talvez tenham serenidade suficiente para refletir se a morte de Jesus ajudará ou atrapalhará ao império romano. É possível que indaguem: você veio dizendo que trazia um novo reino e vai nos abandonar com os mesmos tiranos de sempre? Para que tudo isso? Para onde vais? Quo vadis?

Eles não se perguntaram no primeiro momento: será que ele se deixou crucificar para provocar uma nova forma de pensar e agir? Ou ainda: o que eu tenho que aprender com tudo isso?
Há coisas que são maiores do que nós e das quais não podemos fugir. O ser humano realiza as suas maiores obras quando se agrupa e trabalha pelo próximo. O cristianismo se mostrou maior do que as igrejas ao longo dos séculos.

As espécies que sobreviveram ao longo dos milhões de anos foram as que aprenderam a viver, produzir e se defender em grupos. Algo maior do que um ser sozinho.
Portanto, não dá para seguir que nem vaca brava olhando só pra baixo. É necessário a cada período de dois a três anos dar uma parada, olhar para os lados e se perguntar: estou no time certo? Caso você siga sem se questionar por muito tempo, pode começar a sentir que algo não faz sentido e, mais para frente, que a vida não tem sentido. E isso, provavelmente é consequência das suas próprias escolhas.

Falando de carreira ou da vida profissional, mais do que nunca, os jovens precisam de um trabalho que lhes dê sentido. Precisam ver os seus valores, ainda que parcialmente, refletidos na instituição com a qual colaboram. Isso também significa, de outra forma, trabalhar por algo maior do que nós. E quando não é o caso, muitos dos jovens profissionais pedem demissão após horas de trabalho ou simplesmente somem sem dar satisfações, nos casos mais radicais, porém reais.
Portanto, se ainda não encontrou, é importante descobrir um trabalho que ame ou pelo menos que lhe traga significado profundo, porque, neste caso, você vai acabar gostando do trabalho, já que ele te traz preenchimento de alma.

Uma das formas de se evitar essa sensação de impotência perante o destino, que pode gerar ansiedade ou depressão, é buscar uma atividade em um grupo ou instituição que apoia pessoas mais necessitadas. Quando trabalhamos para o próximo, não temos tempo para investir em ansiedade e depressão. Significa trabalhar por algo maior do que nós.

As novas gerações trouxeram com elas um certo poder na forma de ver o emprego. Bruce Feller é um especialista com vários livros editados na área e ele afirma: “A ideia de escolher uma ocupação aos vinte e poucos anos e mantê-la pelos próximos cinquenta não é mais a norma. A cada dois anos e meio, em média, ocorrem reflexões sobre o trabalho atual e possíveis mudanças”.
Por isso, repito a pergunta: quo vadis? Ou melhor ainda: quais são os valores que te direcionam? Justiça, amor, pátria, paz, Deus, saúde?

Se ainda não sabe, é essencial parar para pensar: quais são os valores inegociáveis para você? Porque pessoas que têm clareza sobre os seus próprios valores, têm mais clareza da direção para onde seguem. Isso não significa saber qual área irá escolher para trabalhar, empresa ou tipo de negócio. Porém, se os valores estão claros, mesmo que haja mudança de trabalho e emprego, a direção está sempre certa, vindo com aprendizados que levam a pessoa para um caminho construtivo.

Como coach eu já atendi a centenas de pessoas e muito frequentemente percebo que tendem inicialmente a medir o sucesso pelas conquistas financeiras. Porém, o que para uns pode ser verdade, não é obrigatoriamente para outros. Ser bem-sucedido pode ser priorizar a família, a sociedade, a criatividade ou a outro aspecto que seja uma derivação dos seus valores. O que importa é o que é realmente importante para você.

Seja feliz e tenha tempo para as pessoas que você ama!

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