Revolução Mental

Compartilhe:

Quando falamos em hábitos salutares é muito mais provável que a qualidade seja mais importante do que a quantidade.

Por exemplo: quantas vezes eu fui à praia versus o que eu fiz quando estive na praia. Ou ainda: quantos bolos eu comi versus que tipo de bolo eu comi e quais os seus ingredientes.

Já que beber suco de laranja, que é rico em vitamina c, é bom, será que é legal eu beber dez litros de suco de laranja por dia? Em quantos dias você acha que eu vou começar a sentir as dores da gastrite?

O que faz sentido é buscar os hábitos salutares e torna-los comportamentos utilizados com temperança.

E no que tange à leitura, como está o seu índice quanto à qualidade e à quantidade?

O brasileiro lê em média quatro livros por ano. É pouco. Claro que a qualidade da leitura é muito importante e até mais importante do que a quantidade. Porém este índice diz muito a nosso respeito.

Foi divulgado o resultado de uma pesquisa que representa a capacidade de leitura dos alunos de algumas nações. Estabeleceu-se em quinhentos pontos como referência, a média de todos os países combinados. Os alunos do Brasil tiveram uma média de 419 pontos. Isso deixou o país na 52ª. Posição, à frente de poucas nações, como Irã, Egito e Jordânia. E ficou atrás de alguns países com sérios problemas estruturais como Albânia, Uzbequistão e Kosovo.

Eu confesso que não sou um leitor contumaz, uma grave falha, se levar em conta que a minha mãe é professora e lê em média um livro por semana. Mesmo o meu pai, que era economista e administrador de empresas, devia ler pelo menos meia dúzia de livros por ano.

Acho que estou mais para a média anual do meu pai em livros de assuntos mais sérios ou complexos e mais alguns títulos de assuntos mais leves.

Lembro-me que, quando estudava na Fundação Getúlio Vargas, e sempre apaixonado por artes – por todas as artes – eu criei um grupo de teatro dos alunos daquela escola. Comecei a ler alguns livros da área. E me coloquei na posição de direção coordenando os ensaios e laboratórios internos e externos.

Foi quando resolvi fazer um exercício mental e me lembrar de quantas peças de teatro havia assistido na vida até então: quatro!

Não revelei a ninguém porém comecei a assistir a vários espetáculos que nem um louco para ter mais repertório, ideias e tudo o que se ganha com as experiências na área. E continuei a ler: Stanislavski, Grotowski, Boal, etc.

Foi a união do que eu lia com o que eu experimentava com o grupo e o que eu assistia que foi construindo dentro de mim uma percepção mais verdadeira de artista dentro das artes cênicas.

A minha vida deu muitas voltas e completei formações em áreas como administração, música, coaching, além de diversas certificações.

E, felizmente, aprendi a manter um fluxo constante de leitura.

E você, quantos livros leu nos últimos doze meses?

Eu continuo a acreditar que a qualidade é muito mais importante do que a quantidade. Porém, não dá para negar que um pirralho ousar dirigir um grupo de teatro tendo assistido a apenas quatro espetáculos na vida é, no mínimo uma provocação do destino.

Assim, e sem comparar os números que eu trouxe, ou comparando somente um pouco, você está abaixo ou acima da média brasileira?

Nenhum país subdesenvolvido passou para o grupo das nações mais prósperas sem ter feito uma revolução na educação. E essa revolução não sairá apenas no grito. Porque as pessoas não fazem o que a gente diz ou berra para elas fazerem. Elas imitam exemplos. Então, e, especialmente se você é pai, mãe ou responsável por um jovem, lembre-se: ele se moldará com os seus comportamentos.

Não adianta sequer assistir a um vídeo mais sério na internet por dia. Não é a mesma coisa. Não traz a mesma quantidade e qualidade de informações.

Se você quer contribuir para uma revolução mental no Brasil, precisa começar com a pessoa mais importante do mundo para você: aquela que aparece no espelho!

Seja feliz e tenha tempo para as pessoas que você ama!

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email