Reclamar é muito bom

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Muita gente se sente bastante confortável em reclamar. Na verdade, o ato em si pode ser entendido como um desabafo da alma, porém, normalmente não inclui a própria pessoa e por isso que consegue gerar uma sensação supostamente agradável.

Sempre haverá quem defenda o direito de se expressar e a força da democracia. Contudo, nem tudo o que uma pessoa pode fazer, ela deve fazer.
Sim, podemos reclamar. Mas tão maior é a nossa vontade de reclamar, quanto menor é a nossa postura de agir em favor dos outros. Quem trabalha por vontade própria pelo próximo não costuma ter tempo para ficar reclamando.

As pessoas que reclamam sempre e de quase tudo costumam estar muito egocentradas. E, de tanta atenção dada a si mesmas, não conseguem perceber que infinidade de maravilhas a vida tem a nos oferecer.

Até poderíamos argumentar que, se todas as outras áreas e fatos da vida de uma pessoa estão muito bem, então, quando algo não vai bem, ressalta enormemente à vista.

Mas, você conhece alguém que todas aas áreas da vida estão excelentes? Se conhece, provavelmente deve ser um robô vivendo entre nós e até hoje você não desconfiou.

Já faz algum tempo que eu tenho me policiado para, quando emitir uma opinião a respeito do Brasil ou dos brasileiros, falar da seguinte forma:
Nós brasileiros tendemos a não prestar atenção às regras.

Desta forma, quando eu me incluo na crítica, ela possivelmente tem mais chance de ser verdadeira ou, pelo menos, de ter um fundo de verdade.

Porém, o que acontece com frequência é que quem reclama não se inclui na reclamação. Assim, se a comida está muito salgada, apimentada, fria ou quente, é porque aquele que está reclamando é, no mínimo, um esquimó vindo diretamente da Sibéria, certo? Errado. Nós mesmos costumamos fazer essas observações…

Faz tempo que já sabemos que errare humanum est. No entanto, não basta termos ciência de que somos falíveis: precisamos agir como tal. Se eu sei que cometo falhas e erros, é claro que as outras pessoas também o fazem. Aliás, muito mais importante do que isso é a pedagogia que está por trás do erro: não se aprende sem errar.

Então, quando você perceber que está criticando algo ou alguém fortemente, sugiro uma das seguintes reflexões:

  • Será que um dia eu já agi desta forma?
  • Será que essa pessoa fez isso de propósito?
  • Será que, se eu for fazer a mesma coisa nas mesmas condições, conseguirei atingir um resultado muito melhor?
  • Será que eu estou enfocando demais em mim mesmo sem perceber a beleza do processo de aprendizado do outro?
  • Será que eu sou tão bom assim nisso?

Lembre-se: reclamar é diferente de criticar. A crítica positiva, especialmente quando formulada de forma educada, é de grande valia. É o que nos faz melhores a cada dia. É o famoso feedback! Ela traz um caminho positivo.

Assim, elogie o que há para ser elogiado, ainda que seja uma pequena porção. E, caso a sua opinião for pedida, e se realmente há uma falha considerável, faça uma crítica. Contudo, uma crítica positiva, que provoque aprendizado.

E, se não foi requisitado o comentário, tente se controlar. Muitas vezes o silêncio é o mais potente e eloquente comentário.

Resumindo: faça ao próximo aquilo que você gostaria que fosse feito para você mesmo!

Seja feliz e tenha tempo para as pessoas que você ama!

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