Nunca antes tantos avós fizeram parte da vida de seus netos. Claro: temos mais informação acerca do que fazer para ter uma vida mais saudável e cada vez mais conhecemos novas medicações e terapias que apoiam um envelhecimento mais lento e mais saudável.
Uma das consequências imediatas disso é que, em uma vida cada vez mais urbana e cada vez mais corrida, avós são de imensa ajuda para cuidar dos netos quando os pais precisam estar em outras atividades.
Uma das consequências da recente pandemia é que temos tido cada vez mais atenção e preocupação com aspectos ligados à depressão, que envolvem todas as faixas etárias. Em pesquisa publicada no jornal The Gerontologist, ficou demonstrado que a afinidade entre avós e netos, definida como uma proximidade emocional entre eles, resultou em uma melhora nos sintomas depressivos de ambos.
A depressão pode surgir em qualquer fase da vida. Quando somos crianças é menos provável porque o ser humano precisa de apoio de seus pais ou tutores até chegar à vida adulta, hoje mais do que nunca. Contudo, há exceções. No entanto, esse apoio de pessoas mais velhas faz com que nos apeguemos aos nossos cuidadores. Muito frequentemente temos os avós fazendo essa função. E como eles não tem a função obrigatória da educação, a relação tende a ser marcada principalmente pela afetividade e cuidado. Não que os avós apenas “deseduquem” os netos, como a crença popular recita, porém, apoiam a educação e criação de uma forma mais experiente, buscando harmonizar e minimizar as faltas das crianças.
As gerações mantêm contato por mais tempo no século XXI e isso é muito positivo. Há mais tempo para a sedimentação da relação e também para o apoio mútuo. Muitas vezes são os idosos que precisam de mais atenção. E não há nada que alegre mais um avô do que o sorriso e a brincadeira de um neto afetuoso.
Caso você pertença a uma destas duas gerações, invista nesta relação. Todos saem ganhando. E quem faz o papel do recheio do sanduíche (os pais) também!
É importante, inclusive, se informar a respeito das limitações que os idosos têm ou que terão. Isso nos ajuda a planejarmos melhor as atividades e os encontros, e termos atitudes condizentes com o que é possível a fim de facilitar a relação entre todas as gerações.
Lembre-se que repetições e esquecimentos são comuns com os idosos. Procure não ficar corrigindo o tempo todo. Leve na brincadeira.
Outra questão a se prestar atenção é que, quando o idoso tiver limitações, é importante lhe dar alguma função diária, para que se sinta útil. Pode ser cuidar de um animal de estimação ou planta da casa, ou manter alguma janela aberta por uma quantidade de horas específicas do dia, por exemplo.
O mais importante: não perca nenhuma oportunidade de conviver e aproveitar os momentos que podem curtir juntos. Nunca sabemos quantas oportunidades destas ainda teremos!
Seja feliz e tenha tempo para as pessoas que você ama!